Em meio às celebrações da Semana do Dia das Crianças, a Floresta Cultural da Vila São Francisco Adalgisa foi palco de um espetáculo de ternura e biodiversidade: uma fêmea de sagui-de-tufo-preto (Callithrix penicillata), vinda do Cerrado baiano, foi registrada alimentando seu filhote entre as árvores — um gesto simples, mas profundamente simbólico, que reforça a vitalidade da vida silvestre na cidade.
O registro, feito por Carlos Renato Ferreira Rodrigues, revela a presença pulsante da fauna nativa em um dos últimos refúgios de Cerrado e Mata Atlântica ainda preservados na metrópole paulistana.
Espécie típica do Cerrado e de trechos da Caatinga, o sagui-de-tufo-preto é um pequeno primata endêmico do Brasil Central, reconhecido pelos tufos escuros nas orelhas, pela expressiva sociabilidade e pela notável capacidade de adaptação a ambientes urbanos e periurbanos.
Com cerca de 20 centímetros de corpo e cauda longa, vive em grupos familiares e se alimenta de frutas, insetos, seiva e néctar — contribuindo para a dispersão de sementes e regeneração das florestas.
O aparecimento desses saguis na Floresta Cultural da Vila São Francisco Adalgisa é um sinal de que o ecossistema local segue vivo e equilibrado, atuando como um corredor verde essencial para a fauna silvestre.
Mais do que um registro fotográfico, a cena representa um convite à reflexão sobre a convivência harmoniosa entre cidade e natureza, e sobre a urgência de preservar nossos remanescentes de Cerrado e Mata Atlântica.
Que este momento de cuidado entre mãe e filhote nos inspire a proteger com o mesmo carinho as florestas, os animais e as crianças que representam o futuro da nossa terra.
Imagens: Carlos Renato Ferreira Rodrigues





